sexta-feira, 4 de novembro de 2011

La Esquina - A balada do pistoleiro


Era noite alta quando a pareja conjugal do paladino Murilo Garcez Henrique e Denise Carrijo foram surpreendidos por ligação inesperada de Dom Rogério Ferreira Gonçalves, marcando encontro para averiguarem a indicação de seu informante José Roberto, ciente de novos locais na capital que interessariam os dois borrachos, que tem por ofício escrutinar pormenores de ambientes e refastelos para divulgação em massa.

Dom Rogério acompanhado de sua consorte Luisa Dias foram ao encontro dos comparsas na nobre demanda avaliativa.
Ao encontrar o lugar, uma sensação de Déjà vu tocou os presentes com um arrepio vindo de brisas juvenis de décadas já remotas, de histórias conhecidas da av. Portugal ou de lendas fantasmagóricas de Islas, Panchos e outros nomes chicanos sem ligação com o presente, alguns de tantos vultos que antes gargalhavam e hoje pairam no silêncio de novos blocos de concreto e argamassa.

Após serem recepcionados por uma sorridente hostess que fez a demora da conquista da mesa um mero detalhe, nos adentramos no recinto adornado por paredes cobertas de grafismos temáticos que arremetiam a cultura centro-americana presente no imaginário popular. Cactus, sombreiros, sol escaldante e ponchos coloridos protegiam aquele ambiente de qualquer referência de cerrado deixada para trás, nos pórticos que separavam Goiânia daquele solo estrangeiro, como uma fronteira, ou uma prega no espaço-tempo.


Ao sentarmos no lugar destinado, todos fomos uníssonos ao solicitar ao gentil garçom o favor de nos embebedar com o líquor amarelo-ouro (uma referência à cidade perdida? Talvez) que entorpece os sentidos e gera ganas de sorver mais e mais, desvanecendo a razão e os limites.

A beberagem, alcunhada Sol Mexicana (4,99) foi sorvida em quantidades tais que o próprio Zapata teria urinado em suas botas, para não ser guilhotinado no sádico banheiro da taberna.

Como legionários, pedimos as deliciosas sequências, ou "La Secuencia", pratos individuais mexicanos, incluindo carne, Nachos, Tacos, Quesadillas, Burritos,Chimichangas, Guacamole, Pico de Gallo, Sour Cream, BBQ, Salsa Mexicana e Quesadillas Doces (21,90) sem limites de quantia.


Quando o assunto já se referia aos futuros repastos doces a serem degustados, eis que numa nuvem de fumaça ou devaneio febril, ele, um sujeito alto, de barbas grisalhas e olhar misterioso, com a segurança meticulosa de um Pancho Villa saca um limão de nossa mesa, arrasta um pote de guaca mole e preenche gota a gota o receptáculo com a nódoa ácida do cítrico. 

Atordoados com a indefectível presença, todos se entreolhavam num misto de susto, medo e curiosidade. Sem saber se corríamos, gralhávamos ou sacávamos nossos bacamartes, decidimos aguardar, até que abruptamente, daqueles ressequidos lábios emoldurados por alvos e crespos fios se abriram nos apresentando o formidável Pedrão, proprietário do lugar, que nos envolveu com belas histórias Maias, mesclando sabores, olores e tantas outras maravilhosas sensações.

Coisas que nem o mais forte Mezcal nos proporcionaria!
No fim, saborosíssimas quesadillas foram saboreadas com sorvete, deixando a certeza de que naquele lugar ainda seremos felizes por várias vezes ainda! Que viva el méxico!

Rogério Gonçalves

4 comentários:

  1. meu orgulho esse garoto!!!!
    nota 11 seu texto Rogerão....
    me senti dentro no filme "era uma vez no méxico"

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  2. Larga de ser gastrochato e ficar tirando foto de banheiro seu pau no cu gayzinho

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  3. gente que aproveita qualquer oportunidade pra mostrar dotes de escritor incompreendido e mal aproveitado.

    preguiiiiça

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  4. Érica, eu não sou tão incompreendido assim, você entendeu direitinho minha meta. Aproveitar qualquer oportunidade para mostrar meus dotes de escritor.
    Quando for convidado para jantar em sua casa deixo uma poesia ou um conto no banheiro, afinal de contas, não posso perder a oportunidade.

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